Encontro da Organização Continental Latino-americana e Caribenha dos Estudantes acontecerá entre 10 e 15 de agosto, em Montevidéu (Uruguai). Na pauta atual do movimento estudantil continental, destacam-se três eixos que devem dar o rumo das discussões no Congresso: os Direitos Humanos no continente; a luta contra a mercantilização do ensino e o aniversário de 45 Anos da entidade maior dos estudantes latino-americanos e caribenhos.
Em 11 agosto de 1966 foi comemorado o IV Congresso Latino-americano de Estudantes em Havana (Cuba), sob o lema Unidade, solidariedade e luta contra o fascismo e o imperialismo, em defesa da educação pública e da autonomia universitária. Para manter tais ricos valores e princípios emanados do movimento estudantil, que sempre escreveu páginas combativas e heróicas, foi fundada neste cenário, a Organização Continental Latino-americana e Caribenha dos Estudantes (OCLAE). Isto permitiu a união do movimento estudantil continental com o dos trabalhadores e camponeses pela libertação definitiva de nossos povos.
Em agosto de ano fará 45 anos deste importante evento, o que nos convoca a manter a luta pela paz e pelos princípios que defendemos. Os estudantes latino-americanos têm mostrado sua força durante todos estes anos contra as mais terríveis ditaduras, o imperialismo e a defesa da soberania.
Não só temos lutado pelo direito à educação, mas também por melhores salários para os trabalhadores, pela justiça social, eliminação da pobreza e da exploração indiscriminada, enfrentando os governos neoliberais e as políticas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Várias foram as lutas que empreendemos e muitos mais serão os nossos desafios.
Hoje chamamos para fazer o XVI Congresso Latino-americano e Caribenho de Estudantes, em um momento importante para o continente e o mundo. O capitalismo entra em uma profunda crise que dá origem a guerras de ocupação, desemprego, fome, criminalidade, migração, xenofobia tonando a educação vulnerável a essas consequências. Na Europa, os orçamentos reduzidos aumentam as taxas e mensalidades recebendo como respostaa mobilização em massa da juventude de maneira irreverente e coerente.
América Latina, no marco do Bicentenário de sua Independência, apresenta uma situação semelhante. Em alguns países, o ataque ao ensino público e a prevalência de privatização atrai milhares de estudantes, mas ao mesmo tempo, outras nações prioriza-se a gratuidade , o livre ingresso, a qualidade e a universalização da educação, sendo este o resultado do acúmulo histórico do nosso movimento estudantil que permitiu importantes vitórias. Os desafios de hoje são ainda maiores, mas não vamos desistir das justas reivindicações para a educação em nossa América.
Em Montevidéu (Uruguai), a nação de Artigas, berço de grandes homens e mulheres de gestos inesquecíveis, que acolhe o primeiro congresso, nós nos encontraremos novamente de 10 a15 de agosto sob o lema Por nossa América: educação, unidade e liberdade. Este será o palco para ressoar os nomes de Che, Bolívar, Martí, Sandino, Fefel, os postulados da Reforma de Córdoba e o grito de que uma América Latina diferente é possível.
Temos o prazer de defender as nossas realizações, para lutar por nossos sonhos e transformá-los em realidade. Hoje, como ontem, nós estamos levantando as bandeiras da esperança e da solidariedade que reivindicam o direito a uma educação pública gratuita e de qualidade.
«A unidade do povo não é simples sonho dos homens, mas o decreto inexorável do destino», disse o libertador Simón Bolívar. Façamos nosso o legado de nossos mártires! Lutemos para alcançar nossos direitos e defendamos as reivindicações históricas dos estudantes!
Viva movimento estudantil latino-americano e do mundo!
Até a vitória, sempre!
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