Paraná (Brasil) Formigueiro na luta: Educadores(as) resistem à violência

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O dia começou difícil antes mesmo de clarear. Era aproximadamente 1h30 da madrugada quando a polícia agiu com violência com os(as) educadores(as) que estavam no Centro Cívico. A tristeza se abateu por milhares de educadores(as) que estavam sendo representados por aqueles(as) que estavam de vigília na praça em frente à Assembleia Legislativa do Paraná e que foram alvo de gás de pimenta, tiro de borracha, além de violência verbal e emocional.

A professora Rosi Araújo, da região de Apucarana, foi uma das educadoras que sofreu na pele a violência da polícia. Emocionada ao se lembrar do momento em que resistia ao ataque da patrulha de choque, ela conta que foi também um ato de violência emocional com todos e todas. “É um sentimento ruim pela maneira que tudo aconteceu. Estávamos dormindo, despreparados. É triste lembrar a forma como fui carregada pelos policiais, a forma como houve deboche com a expressão ‘nossa, que pesadinha’, a forma como me largaram no chão, praticamente me jogando numa poça d’água. Estava frio e eu me molhei toda”, relata.

Rosi fez Boletim de Ocorrência ainda de madrugada e corpo de delito na tarde de hoje (28). Ela conta que, mesmo tendo sofrido tudo isso, continua na luta. “Apesar de tudo o que aconteceu, nós não vamos sair daqui. Tem períodos de emoção, como agora que estou relembrando tudo, mas desistir? Jamais. Faria tudo de novo”, explica.

Durante a tarde, o formigueiro da APP estava bastante movimentado. O clima de indignação pela violência sofrida logo no início do dia era geral, mas a categoria permanece firma e unida. A professora de Curitiba, Terezinha Nunes, expressa sua indignação ao dizer que “professor não tem que ser tratado dessa forma”. Ela, assim como milhares de educadores e educadoras, se indigna com a truculência deste governo. “É muito triste a gente estar passando por isso, né? Podemos esperar o que dessas pessoas que estão nos representando? Na verdade, estas pessoas que estão aí não me representam, decididamente! Para que tanta polícia? Nós somos professores! Os ladrões estão lá dentro”, se revolta. Ela diz que mexer na previdência dos(as) servidores(as) é, no mínimo, injusto. “Contribuí minha vida toda e agora como vai ficar? É injusto! É uma indignação”, declara.

A professora Cleo Parabocz, de Francisco Beltrão, também se mostrou triste com a forma que os educadores e educadoras estão sendo tratados. “Não estou ferida fisicamente, mas estou ferida na alma. Novamente isso está acontecendo com a educação, momento muito triste e de muita luta. Mas acho que toda tristeza é transformada em luta. Hoje é um dia muito tenso, mas sabemos que a luta será mais intensa será amanhã”, explica.

Assim como disse a professora Cleo, o presidente da APP, professor Hermes Leão, reforça o convite para que toda a categoria esteja no Centro Cívico amanhã (29), já que é um dia decisivo na votação do projeto de lei da previdência. “Nesta quarta-feira venham todos para o Centro Cívico, em Curitiba. Nós precisamos de muita força e de muita luta para fazer dois grandes movimentos. O primeiro é tentar derrotar o projeto de lei que ataca a previdência dos servidores. E em segundo lugar é preciso fazer uma denúncia de que a democracia no estado do Paraná está sendo ferida de morte por esse governo”, finaliza.

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