A aproximação de experiências culturais, pedagógicas e políticas é um dos pontos fortes do Fórum Mundial da Educação, que acontece desde esta terça-feira (21) no campus da Ulbra Canoas. Na tarde desta quarta-feira (22), trabalhos tiveram continuidade, a partir de seis grupos, em torno de diferentes eixos temáticos.
Com o foco sobre problemáticas e alternativas para a prática educativa, os participantes debateram temas como ambientalismo, sustentabilidade, direitos humanos, inclusão e territórios. «É um encontro bem organizado, com gente de várias regiões. Permite que divulguemos melhor nossa cultura e que também possamos aprender», avalia a cacica Acuab, da zona Sul de Porto Alegre. Acompanhada de duas outras indígenas da aldeia Charrua Polidoro, a líder participou da mesa Educação, Diversidade e Inclusão.
Multiculturalidade e Inclusão
A busca de modelos e referências para a aplicação em contextos específicos atrai para o Fórum Mundial de Educação participantes de longe. É o caso da educadora popular francesa Lucena da Silva Mireille, que desenvolve um trabalho de inclusão social e geração de renda, a partir de materiais recicláveis, com menores e adolescentes de rua em uma associação civil em Les Clayes-sous-Bois, cidade francesa localizada a 30 km de Paris. «Trabalhamos em uma perspectiva multicultural, que abrange pessoas de várias procedências culturais. Nossa metodologia visa ampliar horizontes, respeitando os universos individuais dessas pessoas. Estou aqui para conhecer e levar para nossa cidade trabalhos que se relacionam ao que fazemos, além de estabelecer contatos afins», explica.
Paralelo ao enfoque temático, o Fórum Mundial de Educação também envolve a participação de representantes de organismos mais amplos, que promovem articulações entre governos, redes de conhecimento, universidades, entre outros.
É o caso do vice-prefeito e encarregado da área de Educação de Pikine, região metropolitana de Dakar (Senegal), Moussa NdiaYe. De acordo com ele, o governo de Senegal está fazendo um grande esforço na busca da democratização da educação. «O direito à educação deve ser o primeiro dos direitos humanos. Queremos compartilhar ideias e descobrir as melhores experiências para poder fornecer educação de qualidade para as pessoas vulneráveis e mais pobres», afirma.
Nesta quinta-feira (23), Moussa vai ser um dos participantes do painel Gestão Democratizada – A Educação como Direito Humano.