(Jornal do Comércio)
Representantes de entidades, movimentos sociais, autoridades municipais e estaduais participaram 26 de janeiro à tarde, na sala do Fórum Democrático da Assembleia Legislativa, de um ato pela volta do Fórum Social Mundial (FSM) a Porto Alegre, em 2013. A ideia é retomar a sede do evento de forma centralizada, nos mesmos moldes da primeira edição, ocorrida na Capital gaúcha em 2001.
No encontro, foram apresentadas várias cartas – de entidades, do governo do Estado e de prefeitos da Região Metropolitana e da Frente Nacional de Prefeitos – respaldando a intenção de trazer o FSM de volta a Porto Alegre.
Os documentos, lidos ontem por Mauri Cruz, um dos coordenadores do Comitê Gaúcho do FSM, serão entregues ao Conselho Internacional do Fórum Social Mundial, durante as atividades da edição centralizada do Fórum em Dacar (Senegal), que ocorre de 6 a 11 de fevereiro.
O presidente da CUT no Rio Grande do Sul e um dos membros do Comitê Gaúcho do FSM, Celso Woyciechowski, destacou a simbologia do ato de ontem, realizado no mesmo dia que, em Davos, começava o Fórum Econômico Mundial.
«Em 2001, quando começamos a protagonizar a discussão de um novo mundo possível, foi a partir de um contraponto a Davos. Aqui em Porto Alegre, começou a oxigenação de grandes ideias para um mundo possível e de todos e todas, com cidadania e justiça social», destacou.
O dirigente da CUT ressaltou ainda que a proposta de retomada das edições centralizadas na Capital não é para disputar com as outras cidades ou continentes, mas para estabelecer um debate em conjunto sobre o retorno do evento para Porto Alegre.
Roberto Jakubaszko, do Comitê Porto Alegre, falou com entusiasmo da possibilidade de a cidade receber o FSM novamente. «O Fórum pulsa em Porto Alegre. Contamos com a participação de todos para que possa retornar ao seu berço e à sua casa.»
O prefeito da Capital, José Fortunati (PDT), confirmou que em 2012 a cidade receberá a edição descentralizada do evento, como ocorreu em 2010, quando as atividades também foram realizadas em Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo, Nova Hamburgo e Sapiranga. «Continuamos sendo uma referência extremamente importante para o mundo. O capitalismo sofreu forte tremor na suas bases. A arrogância e a prepotência de 2001 já não é mais a mesma porque o mundo começou a mudar. A riqueza das discussões feitas naquele momento já apontavam para isso», destacou o prefeito.
O governador Tarso Genro (PT) foi representado no ato pelo seu assessor de Cooperação e Relações Internacionais, Tarson Núñez, que vai a Dacar defender Porto Alegre como sede do FSM em 2013. «Nosso engajamento não será apenas essa participação em Dacar, mas colocamos desde já tudo o que for possível da estrutura do Estado para a edição descentralizada em 2012 e centralizada e 2013.»
Também participaram do ato ontem os prefeitos de Canoas, Jairo Jorge (PT), e de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT). A primeira plenária para organização do FSM ocorrerá no dia 1 março, às 18h, na sede da CUT, na rua Barros Cassal, 283, em Porto Alegre. A atividade é aberta ao público.
Na terça-feira, o FSM completou 10 anos. A primeira edição, em Porto Alegre, reuniu mais de 20 mil pessoas, superando significativamente a expectativa da organização. Com o crescimento ano a ano, o evento chegou, em 2005, a mais de 150mil participantes na última edição centralizada realizada na Capital gaúcha.
