Marina Baldoni Amaral FLACSO BRASIL
Uma grande marcha reuniu cerca de 15 mil pessoas em no primeiro dia do Fórum Social Mundial Temático (FSMT) em Porto Alegre, nesta terça-feira (19). Movimentos sociais, ativistas, intelectuais e políticos se reuniram no Largo Glênio Peres e seguiram até o Largo Zumbi dos Palmares com cartazes, faixas e bandeiras que indicavam a diversidade de pautas que serão abordadas nas mais de 400 atividades do fórum, desde a luta anti-manicomial até a causa indígena, passando por grupos sindicais e do movimento negro.
“Estamos aqui, 15 anos depois do primeiro Fórum Social Mundial, numa marcha que congrega com o mesmo espírito de luta e com o mesmo desejo de mudar esse planeta”, avalia Salete Valesan Camba, diretora da Flacso Brasil. “Fazemos, em especial, um contraponto ao sistema do capital, à Davos. Nossa luta é por um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano, com menos guerra e com menos diferença entre as pessoas – sejam elas políticas, sociais ou econômicas”, completou.
Fernanda Kaingang levou uma faixa lembrando o assassinato de Vitor, criança indígena de dois anos que foi degolada em dezembro, em Santa Catarina . No braço ela carregava seu filho, Tenh, um bebê da mesma etnia que Vitor. “Um bebê indígena foi degolado em praça pública e ninguém fala nada. Que Brasil é esse que estamos construindo?”, questionou.
A marcha terminou com um ato político que reuniu representantes da organização do Fórum, políticos e movimentos sociais. O ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, representando a presidenta Dilma Rousseff, afirmou que em 15 anos de FSM o Brasil mostrou que “é possível construir espaços democráticos”.