FME/FSM POA 15 anos:Debate do CPERS no FST destaca que as lutas em defesa da Educação Pública precisam ser unitárias em todo o mundo

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Centenas de educadores participaram da palestra organizada pelo CPERS no Fórum Mundial de Educação do Fórum Social Mundial, na quinta-feira, 21. O debate “As políticas neoliberais e a privatização da Educação: as lutas em defesa da Educação Pública” aconteceu no Largo Zumbi dos Palmares.

A mesa foi composta pelo professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Gaudêncio Frigotto, o diretor da revista “Docência” e do Colégio de Professores do Chile, Guillermo Scherping, o presidente da Confederação de Educadores Americanos (CEA), Fernando Rodal, a secretária nacional do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores da Educação do País Valenciano (STEPV-iv) e do Conselho Escolar Valenciano da Espanha, Beatriu Cardona, a secretária executiva da CNTE, Cândida Beatriz e a presidente do CPERS/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer.

As lutas são unitárias na educação

O professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Gaudêncio Frigotto abriu o debate falando dos 15 anos do Fórum Social Mundial, que em seu início foi um espaço de união de todos os movimentos sociais, sindicais e populares para a construção de projetos que se contrapunham ao projeto neoliberal. E hoje estamos em um momento defensivo, de lutas constantes para assegurar os direitos dos educadores e a qualidade da educação pública. No Brasil desde a invasão dos Portugueses, a elite sempre impediu o acesso da população a educação.

Também relatou que aqui no Rio Grande do Sul há um ataque constante contra as políticas públicas da educação, saúde e segurança. “No Brasil educar a todos, para a burguesia não é interessante. A Educação Pública não funciona em nosso país porque é mal gerida”, afirmou. Frigotto também falou sobre o projeto “Escola sem Partido”, que está no Congresso Nacional, o qual tenta impor um pensamento único conservador, impedindo que os educadores tenham opinião, como se a educação não fosse sempre um ato político.

“Não existem sujeitos, existem  as mercadorias  estudantes e professores”, Frigotto acentuando com isso que no neoliberalismo a educação é privatizada deixando de ser um direito e se transformando em uma mercadoria.

O diretor da revista “Docência” e do Colégio de Professores do Chile, Guillermo Schering, ressaltou o processo que viveu o Chile, durante a ditadura do Augusto Pinochet, no qual houve a transição da educação pública para a educação privada, principalmente através da municipalização.  Mas que hoje há uma retomada das lutas pela educação pública com a participação de pais, alunos e educadores, mas que o avanço se deu quando toda a classe trabalhadora, través da Central Única assumiu essa luta. Schering destacou que o Brasil vive um momento de ataques do conservadorismo com a tentativa de imposição das políticas neoliberais. “O povo brasileiro vai saber enfrentar os desafios e se sair bem, para o bem não só do país, mas da América Latina”, afirmou.

O presidente da Confederação de Educadores Americanos (CEA), o uruguaio Fernando Rodal, explicou que na Europa mesmo com aplicação das políticas neoliberais, de 70% a 80% das crianças estudam em escolas públicas e a partir da adolescência isso se inverte para as escolas privadas e o mesmo acontece em toda América. “A educação é vista como um fim lucrativo. Ideia de consumo e não de transformação da sociedade”, conclui.

Rodal também acrescentou que é fundamental substituir essa racionalidade neoliberal, por uma racionalidade em que o ser humano é o princípio e o objetivo final de todas as políticas públicas.

secretária nacional do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores da Educação do País Valenciano (STEPV-iv) e do Conselho Escolar Valenciano da Espanha, Beatriu Cardona, relatou que na Europa há movimentos com o objetivo de mudar totalmente a política atual, que a população está sofrendo com as leis impostas pelos governos, com o objetivo de desvalorizar o serviço público. “Estamos sofrendo não somente com a desvalorização da educação, mas na saúde e segurança, com um único objetivo de desvalorizar o funcionário público, para o serviço privado parecer melhor”, afirmou.

Beatriu relatou que os professores têm algo que as outras profissões não têm, a de poder criar um mundo dentro da sala de aula e passar para os alunos a dignidade, que eles podem ser pessoas melhores. “Vamos lutar por uma educação de qualidade, pois nossos alunos merecem”, concluiu.

Beatriu destacou, ainda, que a luta pela educação pública de qualidade não é o papel somente dos sindicalistas e educadores, mas também de toda a comunidade escolar. “Nós professores não podemos e não devemos estar sozinhos na luta pela educação pública de qualidade, mas sim com toda a sociedade”, completou.

A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer ressaltou que com a Mostra Pedagógica realizada pelo Sindicato durante o ano de 2015, evidenciou-se que mesmo com todas as dificuldades, os educadores gaúchos ainda conseguem produzir qualidade na educação pública. E que infelizmente esse trabalho não foi divulgado para a sociedade, porque a mídia disse claramente que a defesa da educação pública não era a sua pauta. Mas frisou que o Sindicato continuará realizando Mostras Pedagógicas, para possibilitar que com a sua divulgação a luta pela educação pública de qualidade seja assumida por toda a sociedade.

“Vocês vão falando e vai passando um filme na minha cabeça, então vemos o quanto as nossas lutas são as mesmas. Precisamos ter essa troca e enquanto não unificarmos nossa luta, não iremos para frente”, ressaltou a presidente do CPERS.

Os participantes puderam fazer perguntas para os palestrantes e trocar experiências. No final do evento os educadores agitaram suas bandeiras e em uma só voz cantaram o hino da categoria.

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