Um Repto por Angola
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“Os custos destes fracassos vão medir-se em vidas humanas. Muitos milhares de crianças irão morrer desnecessariamente e outros milhares de jovens adultos serão infectados pelo vírus do HIV/Sida, porque nós não fomos capazes de tomar decisões simples e economicamente possível de dar, a todas as raparigas e rapazes, uma educação gratuita e de qualidade Insistamos na necessidade de uma mobilização seria e concertada dos recursos países ricos … para que os governos dos países pobres possam igualmente agir de forma seria e concertada” Rasheda Chow Dhurry Portavoz da Campanha Global pela EducaçãoNão obstante seja um país da África com um imensurável potencial de riqueza, nomeadamente petróleo, diamante, ouro, urânio, mar farto de pescado, terras férteis, etc; Angola ainda encontra-se mergulhada em um gritante ambiente de pobreza, com serviços sociais de forma geral muito precários, incluindo a educação.
A guerra de quase 27 anos a que o pais esteve submerso, terminada em 2002 tem grande responsabilidade nessa situação, mas enquanto nação precisamos reconhecer que a corrupção e a descriminação, atitudes generalizadas em nossa sociedade, que se reflectem no nosso baixo comprometimento com os valores da democracia participativa e na gritante desigualdade social, são comportamentos que em muito contribuem para que o nosso invejável crescimento económico acima de 16%, reflicta-se muito pouco na reprodução da pobreza e em investimentos muito abaixo do acumulado passivo social, no sector de educação.
O que nós jovens Angolanos/as podemos esperar do mundo é o reconhecimento da nossa condição humana e a solidariedade necessária para desenvolvermos as nossas potencialidades, no sentido de estarmos em condições de assumir-mos os desafios que o legado das nossas gerações nos relegou, e só poderemos assumir esse desafio se reconhecerem o nosso direito à educação enquanto direito indissociável dos demais direitos humanos
Com esta breve mensagem fica nosso repto para que aceitem incluir-nos no Fórum Mundial de Educação 2009, no sentido de podermos fazer alianças e participarmos da construção de discursos consistentes que nos permitam reivindicar a restauração da violação do nosso direito à uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos e todas em nossa nação.
Por: Nelson Paulo – Coordenador geral da ADSA/Projecto Sim à Educação e Secretário da Rede EPT-Angola
ADSA/ projecto Sim à Educação: é uma ONG comunitária de base Angolana que Advoga o direito à educação, emprego e criação de empresas para jovens Angolanos/as
Rede EPT-Angola: é a plataforma Angolana da Sociedade Civil homóloga das plataformas nacionais, regionais e mundial que advogam o direito à educação, membro da Campanha Global pela Educação